devo ter a mania...
amanhã tenho uma entrevista. quer dizer... supostamente não é bem uma entrevista. é que a semana passada fui a uma entrevista profissional para a appc, e as psicólogas que me entrevistaram disseram que, caso fosse eu o seleccionado para o lugar, seria contactado para ir conversar e tratar de pormenores com o director da associação. e fui contactado para amanhã ir conversar com o tal senhor...
não estou nervoso nem excitado, mas sinto-me estranho... parte de mim deseja agradar ao director, resolver os pormenores e começar a trabalhar quando me pedirem para o fazer... outra parte quer que o director olhe para mim, com a minha cara de puto, cabelo rapado e a meia-duzia de borbulhas que me apareceram recentemente e que, volta e meia, teimam em reaparecer, e pense "não quero um puto na minha instituição... que se lixe o que as psicólogas me disseram... este não quero eu!".
e porquê? não acho que seja por medo de finalmente entrar no mundo profissional... de me tornar um adulto financeiramente independente... acho que é pela mania que tenho... a necessidade que me assalta tantas vezes de primar pela diferença, pela rectidão excessiva... quase ridicula, às vezes... porque não é uma questão de mera honestidade. muitos são os que considero e acredito serem honestos que, numa situação destas (sim... tenho esta oportunidade porque tenho uma boa cunha!), não hesitavam. mas eu hesito... sempre hesitei: logo após o fim da licenciatura tive a possibilidade (algo remota e inexplorada) de ficar a fazer um estágio profissional no hospital sobral cid (onde realizei o estágio curricular)... rejeitei logo à partida qualquer exploração nesse sentido. um tio meu é amigo do então director do hospital. pedi-lhe, por favor, para nunca o abordar com esse intuito... lembro-me de uma outra situação, ainda na faculdade, em que para um exame do prof. alferes, este referiu que seria necessário decorar um conjunto bastante grande de datas de edição de determinados livros e autores... achei aquilo tão ridiculo (o ensino baseado no decorar... o ter que saber em que data foram publicados não sei quantos livros mais ou menos importantes para a história da psicologia) que tomei uma decisão simples: não estudei as datas... as que sabia (por contacto frequente com elas) continuei a saber... as que não sabia não me dei ao trabalho de decorar. e outras situações semelhantes encontro facilmente quando olho para trás...
e é engraçado como a minha mãe geriu todo este processo... ela sabe bem o quanto eu me teria irritado caso ela me dissesse que tinha enviado o meu curriculo para a appc e que tinha "activado uma cunha" em meu favor... como tal, não me avisou... fiquei a saber de tudo quando me telefonaram para ir a uma entrevista logo no dia seguinte... tarde de mais para barafustar, para me irritar, para dizer que não queria nada daquilo e que me recusava a ir à entrevista...
e sempre fui assim... muitas são as vezes em que me apetece mesmo remar contra a maré... mesmo que seja o único a fazê-lo. até gosto de ser o único... não para o esfregar na cara de ninguém cuspindo um veemente "sou melhor que tu"... mas porque, seja lá porque razão for, sempre me senti algo diferente... e gosto (às vezes) da sensação... agrada-me fazer o que me vai na cabeça sem sequer pensar no que outros fariam na mesma situação... sei que há quem faça de tudo por um emprego... eu não faço... sei que há quem faça tudo para ter uma nota um pouco melhor... eu não faço... sei que há quem faça tudo para se integrar e ser reconhecido como um par... eu não faço... não sou melhor que estes... sou, simplesmente, eu mesmo e não me vejo de outra forma...
devo ter a mania...
não estou nervoso nem excitado, mas sinto-me estranho... parte de mim deseja agradar ao director, resolver os pormenores e começar a trabalhar quando me pedirem para o fazer... outra parte quer que o director olhe para mim, com a minha cara de puto, cabelo rapado e a meia-duzia de borbulhas que me apareceram recentemente e que, volta e meia, teimam em reaparecer, e pense "não quero um puto na minha instituição... que se lixe o que as psicólogas me disseram... este não quero eu!".
e porquê? não acho que seja por medo de finalmente entrar no mundo profissional... de me tornar um adulto financeiramente independente... acho que é pela mania que tenho... a necessidade que me assalta tantas vezes de primar pela diferença, pela rectidão excessiva... quase ridicula, às vezes... porque não é uma questão de mera honestidade. muitos são os que considero e acredito serem honestos que, numa situação destas (sim... tenho esta oportunidade porque tenho uma boa cunha!), não hesitavam. mas eu hesito... sempre hesitei: logo após o fim da licenciatura tive a possibilidade (algo remota e inexplorada) de ficar a fazer um estágio profissional no hospital sobral cid (onde realizei o estágio curricular)... rejeitei logo à partida qualquer exploração nesse sentido. um tio meu é amigo do então director do hospital. pedi-lhe, por favor, para nunca o abordar com esse intuito... lembro-me de uma outra situação, ainda na faculdade, em que para um exame do prof. alferes, este referiu que seria necessário decorar um conjunto bastante grande de datas de edição de determinados livros e autores... achei aquilo tão ridiculo (o ensino baseado no decorar... o ter que saber em que data foram publicados não sei quantos livros mais ou menos importantes para a história da psicologia) que tomei uma decisão simples: não estudei as datas... as que sabia (por contacto frequente com elas) continuei a saber... as que não sabia não me dei ao trabalho de decorar. e outras situações semelhantes encontro facilmente quando olho para trás...
e é engraçado como a minha mãe geriu todo este processo... ela sabe bem o quanto eu me teria irritado caso ela me dissesse que tinha enviado o meu curriculo para a appc e que tinha "activado uma cunha" em meu favor... como tal, não me avisou... fiquei a saber de tudo quando me telefonaram para ir a uma entrevista logo no dia seguinte... tarde de mais para barafustar, para me irritar, para dizer que não queria nada daquilo e que me recusava a ir à entrevista...
e sempre fui assim... muitas são as vezes em que me apetece mesmo remar contra a maré... mesmo que seja o único a fazê-lo. até gosto de ser o único... não para o esfregar na cara de ninguém cuspindo um veemente "sou melhor que tu"... mas porque, seja lá porque razão for, sempre me senti algo diferente... e gosto (às vezes) da sensação... agrada-me fazer o que me vai na cabeça sem sequer pensar no que outros fariam na mesma situação... sei que há quem faça de tudo por um emprego... eu não faço... sei que há quem faça tudo para ter uma nota um pouco melhor... eu não faço... sei que há quem faça tudo para se integrar e ser reconhecido como um par... eu não faço... não sou melhor que estes... sou, simplesmente, eu mesmo e não me vejo de outra forma...
devo ter a mania...
3 comments:
Sim...sim...deves ter a mania é o q é! ;)
Mas,lá no fundo do fundo dos diferentes...
és o maior! És tú e...ponto final! ;p
Beijinho...
Não deixa de ser uma mania saudável!
Mas não arranjes um emprego... arranja um trabalho que tem muito mais piada! Isto... digo eu! Claro!
Que se foda!! este mundo nunca ha de ser perfeito!!
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