09 agosto 2007

adeus...

morreu o jolin.

cheguei a casa da minha avó ("minha" durante anos...) e logo vi que o jolin não estava por ali. já sabia que ele tinha um tumor e que não andava nada bem. como o meu irmão andava por ali, e sabendo eu que, por isso, não era a melhor altura para falar "destas coisas", deixei-me andar com aquela sensação do tipo "alguma coisa está mal", até estar a sós com a minha mãe e lhe ter perguntado "onde está o jolin?"... quando me explicou que tinha sido abatido porque o(s) tumor(es) se tinham espalhado pelo corpo, que já mal conseguia andar, não comia e estava em claro sofrimento, não chorei... mas tive que me esforçar! e recordei a morte da abril, há uns 14 anos atrás, também por esta altura do ano... lembrei-me do olhar dela, da tranquilidade e quietude que mostrava quando, um dia, começou a dar sinais de que algo não estava bem... e lembrei-me de ter ficado a abraçá-la... e de, numa das manhãs seguintes, ter acordado e, ainda antes de fazer qualquer outra coisa, lhe ter ido dar uma festinha e reparar, em choque, que estava morta...

sei que há quem ache que este tipo de afectos para com animais roçam o ridiculo mas a verdade é que sempre vivi rodeado de cães. para mim a vénus, a queen, a abril, a donna, o jolin ou o zappa fazem parte da minha história e da minha vida... lembro-me de todos... do aspecto, da "personalidade", dos episódios que passámos juntos...

e é engraçado como, nestas alturas, acabamos sempre a recordar pequenos episódios que reforçam as caracteristicas "humanas" que vemos ou queremos ver nos animais. como a minha avó, menos dada a estas aproximações afectivas aos cães, a contar, emocionada, como uns dias antes de morrer, depois de uma tia minha ter caido lá em casa, o jolin, que já nem se levantava para comer, se levantou, dirigiu-se à minha tia e lhe estendeu a pata...

enfim... pelo menos não o vi morrer, nem assisti de perto ao evoluir da doença e posso continuar a recordá-lo como o cão enorme que assustava toda a gente, que atacava sem medo quem entrasse sem autorização em casa mas que, lá bem no fundo, era tão meigo que deixava, pacientemente, o meu irmão puxar-lhe as orelhas, andar em cima dele ou passar horas a mexer-lhe no focinho quando tudo o que ele queria era dormir descansado...