insegurança...
é realmente estranha a sensação de ser eu (recém licenciado, recém empregado...) a emprestar parte do meu (primeiro!) ordenado aos meus pais para eles "sobreviverem" o resto do mês...
é em momentos destes que a minha cabecinha se põe a pensar: " - ora como era essa história? daqui a uns meses até podes pensar em comprar um carrito ou alugar uma casinha? vais ganhando o teu dinheirito e, num momento de maior aperto, se for preciso, o pai e a mãe emprestam um dinheirito, né? - pfui... pois sim... esquece lá isso...".
puta de vida!
é em momentos destes que a minha cabecinha se põe a pensar: " - ora como era essa história? daqui a uns meses até podes pensar em comprar um carrito ou alugar uma casinha? vais ganhando o teu dinheirito e, num momento de maior aperto, se for preciso, o pai e a mãe emprestam um dinheirito, né? - pfui... pois sim... esquece lá isso...".
puta de vida!
7 comments:
puta de vida... abraço amigo.
Essas pessoas tb são a tua vida e, mais do que isso, foram elas que ta proporcionaram de diversas formas e feitios... não, não estou numa de gratidão desmesurada e tal, não se trata disso! Trata-se de estar lá quando é preciso... e, possivelmente, tu és preciso agora... como eles foram noutras alturas, a diferença é que tu ainda tens tudo pela frente e eles, tudo para tirar da fente! Enfim, é fodido, claro que é... a emancipação ( ou os primeiros passos dela ) são difíceis pa caraças mas... Sam, é a vida e o que vamos construindo dela... Qq coisa, mais ausente ou menos, tou aqui... disponibilizo-te sorrisos, abracinhos, lágrimas e colinho! *
a questão não é bem essa. não me custa nada emprestar metade ou todo o meu ordenado. o que custa é a evidência das dificuldades de um casal que tem esta vida (esta coisa de trabalhar e ganhar dinheiro) há mais de 20 anos... bolas... é arrepiante pensar (e ainda mais quando começo agora a fazer contas ao meu dinheiro...) que daqui a 20 anos posso estar eu a pedir dinheiro a alguém num qualquer dia 10 de Junho, sob pena de não me aguentar até ao último dia desse mês... é fodido olhar para eles, ver o que nunca tiveram (casa decente, carros bons ou novos ou lá o que seja, viagens ao estrangeiro, férias...) e imaginar que daqui a 20 anos posso ser eu... porque agora sonho... sonho que vou receber bom dinheiro, que daqui a uns anos posso comprar uma boa casa, posso comprar um bom carro ou uma boa guitarra ou uma edcrã plasma ou o caralho (apesar de muito provavelmente nunca o vir a comprar porque interessa-me tanto um bom carro quanto uma micose no dedo grande do pé...) ou uma boa guitarra ou uma ecrã plasma ou o caralho, posso ir passear ao estrangeiro ou seja lá o que for... sonho mas tenho que acordar quando vejo isto. quando vejo alguém a trabalhar uma vida (sim, porque quando eu nasci começaram a trabalhar) para isto... para terem agora dificuldades, para continuarem a sonhar (até ao dia em que morrerem?) com uma casa onde cada filho tenha o seu quarto, com um carro que não seja comprado em 3ª mão ou com uma viagem de férias, finalmente!, a Londres ou a Barcelona ou a Paris...
isso é que custa... não é dar o meu dinheiro aos meus pais. devo-lhes isso e muito mais...
mais uma vez és tão cru, tão real...
talvez a pessoa virtual mais humana que já conheci :)(ponto) ***
Eu percebi, lindo... e pensei que tb tivesse sido perceptível... afinal não fui, não faz mal... há coisas que eu não ponho em causa pq te conheço ( digo eu cm os nervos... )... Uma das coisas que me fez apaixonar por ti foi esse teu amor á família e a tds aqueles que queres realmente bem... não precisas de o dizer... sente-se! Não te consigo verbalizar mt acerca do que disseste... até pq, o mais importante, foi o teu desa bafo... posso dizer-te que te entendo e consigo sentir cd milimetro do que estás a sentir e ainda mais um bocadinho, acredita!
Agora, uma coisa é certa, o teu futuro parece-me mt mt diferente... por diversas variantes... sabes disso! De resto, isso é futuro... e é sempre cedo pensar no futuro qnd estamos no presente! :)
Cafézinho? ;p
Ontem, em conversa, disse que estava dificil fazer um mestrado porque não tinha dinheiro. O meu interlocutor perguntou-me: "E os teus pais?". Eu respondi: "Não podem.". Ele sugeriu: "Pá, vendem o carro!". Eu respondi: "Já venderam". Também assisti ao rise and fall de um sonho (de andar descalço e passar fome a ter todo o conforto que se pode pedir e ver tudo a desparecer). É certo que houve algumas diferenças, nós chegámos a ter férias no estrangeiro, casa boa, carro bom mas depois tivémos que vender tudo. E assistir aos olhos dos nossos pais a entristecerem e a morrerem é talvez das coisas mais dolorosas que nos podem acontecer.
Mas tu não precisas de saber que não és o único, né? O que precisas é de um abraço. Por isso aqui vai um, ainda que cibernético.
Compreendo-te, na perfeição. Pode acontecer-me o mesmo ou posso ser eu a ter de pedir dinheiro aos meus filhos (ou sobrinhos).
É fodido, mas vai passar e não tens que tomar o exemplo dos teus pais para tudo. Ás vezes acontece. Pode repetir-se ou não.
De qualquer modo, o 26 da Saragoça vai continuar por aqui... Eu não, mas vou tentar aparecer umas vezes...
Se precisares, tamos cá!
Enviar um comentário
<< Home