21 fevereiro 2007

porque tudo o que hoje queria...

era que uma certa pessoa dedica-se esta música a uma outra...


I laid on a dune, I looked at the sky,
When the children were babies and played on the beach.
You came up behind me, I saw you go by,
You were always so close and still within reach.

Sara, Sara,
Whatever made you want to change your mind?
Sara, Sara,
So easy to look at, so hard to define.

I can still see them playin' with their pails in the sand,
They run to the water their buckets to fill.
I can still see the shells fallin' out of their hands
As they follow each other back up the hill.

Sara, Sara,
Sweet virgin angel, sweet love of my life,
Sara, Sara,
Radiant jewel, mystical wife.

Sleepin' in the woods by a fire in the night,
Drinkin' white rum in a Portugal bar,
Them playin' leapfrog and hearin' about Snow White,
You in the marketplace in Savanna-la-Mar.

Sara, Sara,
It's all so clear, I could never forget,
Sara, Sara,
Lovin' you is the one thing I'll never regret.

I can still hear the sounds of those Methodist bells,
I'd taken the cure and had just gotten through,
Stayin' up for days in the Chelsea Hotel,
Writin' "Sad-Eyed Lady of the Lowlands" for you.

Sara, Sara,
Wherever we travel we're never apart.
Sara, oh Sara,
Beautiful lady, so dear to my heart.

How did I meet you? I don't know.
A messenger sent me in a tropical storm.
You were there in the winter, moonlight on the snow
And on Lily Pond Lane when the weather was warm.

Sara, oh Sara,
Scorpio Sphinx in a calico dress,
Sara, Sara,
You must forgive me my unworthiness.

Now the beach is deserted except for some kelp
And a piece of an old ship that lies on the shore.
You always responded when I needed your help,
You gimme a map and a key to your door.

Sara, oh Sara,
Glamorous nymph with an arrow and bow,
Sara, oh Sara,
Don't ever leave me, don't ever go.

10 fevereiro 2007

porque há gente que sabe o que diz...

e dias que nos fazem perceber porque alguém o disse...

a princípio é simples anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase ba tida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

e é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que leva a peito
bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

depois vem cansaços e o corpo frequeja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se duvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

e entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


sérgio godinho

04 fevereiro 2007

questão meramente retórica...

quando um conjunto preciso de acontecimentos nos leva a duvidar de algo que foi um pilar de toda a nossa existência, como fazemos para voltar a confiar/acreditar?

seja esse pilar deus, a familia, o trabalho, o futebol, a amizade ou o amor...

bola...

seguindo o exemplo do meu amigo josuée, apetece-me hoje falar de "bola". todos os que me conhecem sabem que gosto de desporto em geral e de futebol em particular. de praticar e de ver. todos sabem que sou benfiquista, um daqueles que, apesar de reconhecer que o futebol tem excessiva importância na nossa sociedade (afinal, é só um jogo...), não consegue deixar de ficar nervoso antes e durante um grande jogo, não consegue deixar de se irritar ou entristecer com uma derrota ou de ficar orgulhoso do seu clube após uma grande exibição. e, diga-se, é também por causa deste último aspecto que hoje falo um pouco de futebol.

este fim-de-semana assistiu-se a uma jornada atípica. o porto é supreendido em casa por uma equipe substancialmente mais fraca, o sporting em quinze minutos dá a volta a um jogo perdido de forma estrondosa e o campeonato fica ao rubro. 4 pontos de diferença entre os três grandes candidatos ao título!

e o meu benfica? bem, o meu benfica fez uma exibição quase-brilhante contra um sempre difícil boavista. todos sabem o quanto me exalto quando alguém ataca o "meu" clube com bocas do tipo "vocês são um clube de treta, eram bons nos anos 60 e era por causa do salazar", "vocês foram campeões à dois anos por causa dos árbitros... foi o campeonato do colinho", "é com o velho do rui costa que lá vão?", "vocês não são grandes, já foram grandes!" e toda uma panóplia de juizos claramente influenciados (e completamente errados) por um ódio ao benfica (ou então não compreendo... e não vejam aqui prepotência de alguma espécie, por favor!) enquanto clube importantissimo. ora, a todos esses gostava de ter mostrado o último benfica-boavista. foi, sinceramente (e aqui pode haver algum exagero, reconheço...) um dos melhores jogos que vi uma equipa portuguesa fazer nos últimos anos. um daqueles jogos que gostava de poder gravar e mostrar, daqui a uns anos (não vá o benfica estar em crise outra vez - sim, porque acho que já não está!), ao meu irmão dizendo-lhe: "vês rapaz... o grande benfica joga assim". por outro lado este jogo é a evidência do facto da beleza do futebol não depender só dos seus intervenientes directos: depende também de factores externos, factores como o "ter sorte" ou "ter azar". é óbvio que se pode culpar a equipa do benfica de total ineficácia num jogo onde teve total superioridade exibicional mas, que raio, quantas vezes vi eu um jogo em que a mesma equipa manda quatro bolas aos postes, vê o guarda-redes adversário evitar, com excelentes intervenções, outros tantos "golos-feitos", vê remates passarem a meio palmo do poste, vê bolas em cima da linha que, sabe-se lá porquê, não a ultrapassam... quantas vezes? se bem me lembro, nenhuma. nunca assisti a um jogo assim...

juntando esta exibição a outras (lembro a vitória contra o manchester na liga dos campeões da época passada, o jogo em liverpool na mesma competição, a vitória indiscutivel nas antas também a época passada e um par de outros bons momentos exibicionais), às vitórias recentes no campeonato, na taça (contra o super-porto de mourinho) e na supertaça, a estes camaradas de lingua afiada que estão sempre prontos a mandar uma bitaitada irritante (não é nenhuma boca ao josuée, que é até dos tipos mais correctos que conheço a discutir futebol e um daqueles que não faz questão de inflamar discussões por inflamar ou partir para a boca-que-soa-a-insulto sem provocação) e a proclamar a morte do benfica deixo um recado: obrigado pela preocupação, mas o "meu" benfica vai estando bem. continua a ser motivo de orgulho e não tenho dúvidas que me continuará a dar alegrias (nem que estas sejam uma exibição brilhante que termina num rotundo 0).

ps: uma pequena adenda. se há coisa que não quero no "meu" benfica é gente tão mal-formada como os senhores vieira e veiga. por isso, fica aqui mais uma vez pública a minha opinião: obrigado por nos terem ajudado a superar a crise mas, mafia no "meu" clube, "não obrigado". que venha um humberto coelho, um toni e um rui costa (este só daqui a um par de anos que ainda tem futebol - lento mas belo - para dar) e que saiam estas ratazanas. mais do que vitórias quero ter orgulho no meu clube. e ter vitórias manchadas por manobras de bastidores (sim, porque apesar do pinto da costa, exemplo óbvio, ser ainda, para todos os efeitos, inocente, não me parece plausivel não terem existido por ali joguinhos mafiosos - e não retiro com isso todo o mérito às vitórias do porto mas que este é um pouco beliscado, é! - e como reconheço no vieira e no veiga potencial para se tornarem "novos-pintos-da-costa"... e, no passado recente, já existiram indícios claros de um potencial deste tipo) não é, de forma nenhuma - pelo menos para mim - motivo de orgulho...